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A crise só chega para você

Foto: Nelson Jr./SCO/STF

Crise. Eis a palavra mais falada no Brasil nos últimos tempos. A resposta para tudo. Congelamento dos gastos públicos? Crise. Reforma Trabalhista? Crise. Corte em programas sociais? Crise. Diminuição do investimento em pesquisa científica? É a crise! No entanto, essa tão falada crise usada pelos políticos e outros operadores do Estado, como os membros do alto escalão do Judiciário, que, aliás, atualmente agem como se políticos fossem, só chega para você. Para quem trabalha muito e ganha um salário mínimo. Para a classe média afogada nos impostos e nos gastos para pagar os serviços particulares que deveriam ser pagos pelo Estado com a arrecadação vinda dos impostos.

Não acredita? Quer uma prova?

Na última quarta-feira (8) os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) aprovaram por sete votos a quatro uma proposta orçamentária para 2019 em que reajustam o próprio salário e, consequentemente, o de toda a magistratura brasileira (!) em 16,38%. Já pensou se você pudesse corrigir seu próprio salário?  Caso a proposta seja aprovada no Congresso, o vencimento dos ministros passará dos atuais R$ 33,7 mil para R$ 39,3 mil.  O impacto inicial previsto só no Judiciário Federal é de R$ 717,2 milhões por ano (!).  Não pense em crise trabalhe!

Vocês foram e agora venham. Como é possível que um Estado que está se desmanchando na crise tenha dinheiro para pagar esse reajuste, já que, segundo o governo, quase não há nem para saúde e educação? Para garantir o mínimo de dignidade para os mais pobres? Para pagar os trabalhadores públicos que não ganham salários estratosféricos?

Para ficarmos somente em um exemplo, como o TJ-BA (Tribunal de Justiça da Bahia) irá bancar esse gasto se a alegação é de que mal há para as despesas correntes e todo ano é preciso suplementação para pagar salário? De onde vai sair esse dinheiro se a Corte baiana está sempre no fio da navalha do limite orçamentário?

E se esse dinheiro aparecer, como fica o reajuste dos servidores, atrasado há três anos e de muito menor impacto do que esse dos magistrados? E os concursos para trabalhadores? E as melhoras estruturais que as instalações judiciárias precisam? E a valorização do primeiro grau? E a qualidade dos serviços prestados à população baiana, que no final é quem se beneficia de uma melhor infraestrutura judiciária? É. Isso mesmo. A crise só chega para você.

sindicato FORTE, servidor RESPEITADO!

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