As duas entidades que representam os servidores do Judiciário baiano, o Sindicato dos Servidores dos Serviços Auxiliares do Poder Judiciário da Bahia (Sintaj) e o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado (Sinpojud), reagiram à entrevista exclusiva que o desembargador Eserval Rocha, presidente do TJ-BA, concedeu ao jornal A TARDE.
Desagradaram aos servidores as declarações segundo as quais o maior problema do Tribunal da Bahia é a folha de pagamento, em função de eventuais distorções salariais que ampliariam em muito os vencimentos de alguns funcionários. Antônio Jair Batista, coordenador do Sintaj, classificou de “absurdas” o que chamou de “algumas inverdades” contidas na entrevista.
Um dos problemas apontados por Eserval foi o plano de cargos e salários (PCS), aprovado em 2008, que prevê aumentos diferenciados de salários até 2015. “O reajuste não é de 100% como o presidente falou. Nós negociamos a implementação de 100% da tabela salarial de 2009 a 2015, não um percentual de 100%”, declarou Batista sem citar quanto seria o percentual de aumento total. Ele garante, contudo, que essa tabela não vem sendo corrigida pelo TJ-BA. “Calculamos que em 2013, essa defasagem estava em 23%”, disse.
Gestão
O Sintaj reclama que a atual administração do Tribunal não aceita receber os servidores para discutir a gestão do Judiciário. “É verdade que nossos salários são compatíveis com os dos outros tribunais, mas todos os servidores estão em estado de greve justamente pela falta de participação na gestão, como preconizou o próprio Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ao orientar a formação de comitês gestores orçamentários nos Tribunais”, declarou.
A participação do Sintaj na elaboração do projeto que o desembargador Eserval Rocha anunciou que mandará para a Assembleia Legislativa visando acabar com os “penduricalhos” nos vencimentos dos servidores seria fundamental, acredita Batista, para dar mais transparência às contas do Judiciário. “Se há ilegalidades na folha de pagamentos, o Tribunal tem a obrigação de corrigi-las”, disse. Já o Sinpojud decidiu responder a Eserval por meio de uma nota pública.
Imprensa/ A Tarde Online