Em entrevista ao Bahia Notícias, publicada nesta quarta-feira (10), a presidente da Amab (Associação dos Magistrados da Bahia), juíza Nartir Weber, afirmou que a magistratura baiana está “empobrecida”. Ao responder sobre a real situação dos juízes do estado, Weber disse: “A magistratura está empobrecida. Nós tivemos um aumento em 2015. Nós passamos cinco anos sem aumento. Estávamos sem reajuste salarial desde 2010. Depois, ficamos sem aumento de 2016 a 2019, quando saiu o reajuste de 16,38%”.
Ao longo da resposta, a magistrada elenca outros pontos, que, na visão dela, corroboram a sua afirmação. Cita os descontos do imposto de renda e do Funprev (recolhimento para aposentadoria dos servidores públicos) que, segundo ela, deixam os juízes com um salário de cerca de R$15 mil; a possibilidade de pagar uma faculdade de medicina de R$ 10 mil para os filhos; e, até mesmo, a necessidade de o juiz mostrar poder econômico, já que a sociedade “exige” isso. “Não dá para pensar que nós juízes somos classe média alta. Nós somos classe média baixa”, diz a presidente.
Em um ano que começou com 27 milhões de brasileiros na miséria, 13,9 milhões desempregados e 5,8 milhões desalentados, a fala da juíza baiana é um escárnio para com toda a sociedade. De fato os magistrados têm direito ao reajuste salarial, assim como todos os servidores públicos – inclusive os baianos, que não o recebem desde 2016 -, mas falar em empobrecimento é estar completamente descolado da realidade.
A pergunta que não quer calar é: se está ruim para o juiz que com os descontos recebe R$15 mil e tem certeza de uma aposentadoria tranquila, o que dizer da imensa maioria da população que sem descontos recebe R$1,1 mil e não sabe quando e se poderá se aposentar com alguma dignidade? Ainda é necessário ressaltar que os magistrados também têm direito a duas férias anuais e recebem a PAE (parcela autônoma de equivalência), um benefício instituído pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que não possui uma justificativa sólida para existir, além de um pretenso nivelamento entre os vencimentos do alto escalão do Judiciário e do Legislativo Federal.
O juiz não tem que mostrar poder econômico tem, sim, que prestar um bom serviço aos cidadãos. O objetivo do salário de um magistrado, como o de qualquer outra pessoa, é garantir o seu sustento com dignidade a partir do próprio trabalho. Com “apenas” R$15 mil é perfeitamente possível que uma família viva não só de forma digna, mas confortável. O dinheiro do contribuinte não tem que sustentar a vaidade dos magistrados.
Leia aqui a entrevista completa da magistrada.
Esses meninos criados a leite com pera parecem viver em uma realidade alternativa. Pra julgar, mais do que calcular, é preciso sentir. Daí o símbolo da balança. Não é um mero instrumento de medição. É um símbolo de equilíbrio. Item mais escasso no nosso país do que feijão. Temos a maior boiada do mundo e imensas reservas de petróleo. Mas nosso povo tem que dar aleluia por poder comer ovo e andar a pé com a cabeça baixa. Porque os magistrados precisam estar no pedestal. Não podem ser confundidos com o povo, ou se vestir como as pessoas normais, nem frequentar os mesmos ambientes que elas. Suas habitações devem ser protegidas da pobreza por leis, vantagens, muros e guaritas. Mas aí surge uma criatura: ínfima bactéria e mostra que nem o mais reles dos organismos pode ser desprezado impunemente. Magistrado também é gente. E se não se enxerga como igual ao mais humilde elemento da sociedade, sujeito à fome, escassez e morte, não serve pra magistrar.
Lamentável ter uma autoridade falar uma besteira dessas. Se eles que estão acima do bem e do mal estão empobrecidos, o que falar dos educadores, policiais e servidores mortais do judiciário????
É nojento pessoas que olham tão somente para seu próprio umbigo sem nenhum pouco de empatia a exemplo desse ser que deu uma entrevista para zombar das pessoas.
É triste que uma pessoa dessa espécie decida e às vezes mal a vida de uma pessoa ao assinar uma sentença, decisão, despacho ou liminar.
Ela poderia estar no STF com esse talento todo. Infelizmente, nossas autoridades, nas diversas áreas, parece querer disputar quem inventa a melhor piada...
No pensamento dela, primeiro eu, segundo eu e terceiro eu, as migalhas ficam para os demais, se sobrarem.
Triste povo de tristes autoridades, não há nem sensibilidade para falar das demais categorias.
E vamos carregando o país nas costas para a soberba dessas elites desalmadas.