Mães,
Nossa intenção é saudá-las pelo Dia das Mães e aproveitar a data para homenageá-las como mulheres, na batalha incessante para estabelecer nosso espaço e fazer valer a própria voz contra os resquícios da sociedade patriarcal que perduram até hoje.
Não que não tenhamos figuras de proa do feminismo no Brasil, como as baianas Amélia Rodrigues e Henriqueta Martins Catharino. Mas, durante o séc. 18, gostaria de destacar a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã – texto jurídico de 1791, exigindo status de completa assimilação jurídica, política e social das mulheres – elaborado pela francesa Marie Olympe de Gouges, pautada na Declaração dos Direitos dos homens e do Cidadão, de 1789. Apesar de ignorada até 1986, a Declaração é considerada a autêntica proclamação dos direitos humanos universais.
Que a bravura e a sensibilidade de Marie Olympe nos inspire à constante observância contra a desigualdade, geradora de injustiça e opressão, subordinando-nos a papéis exclusivamente domésticos de gerar filhos e educá-los para o mundo, muitas vezes interditado a nós explícita ou veladamente, integral ou parcialmente.
Somos e estamos muito além do carimbo machista de “Bela, recatada e do lar”, o infeliz título de uma matéria igualmente reducionista, veiculada recentemente pela revista Veja, para ressaltar as qualidades que uma possível primeira dama do Brasil tem ou deve ter. Gostemos ou não, esse é o termômetro de uma mentalidade que persiste como ideal.
Por isso, não paremos a cada vitória. A toda conquista precede uma batalha. Nada na história é dado de mao-beijada. Ter direito – à segurança, à saúde, à participação política, à paridade profissional, ao trabalho – não é fácil, e nunca nos caiu do céu!
As mulheres, mães, companheiras do TJ já aposentadas, àquelas ainda em atividade profissional, que o 08 de maio seja pleno de alegria e que reforce em nós a vontade e a determinação de transformar o mundo.
E acreditem: nós podemos!
Abraço de união e fraternidade,
Coordenadoria Executiva do SINTAJ