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Novembro Negro, Mês de Luta: De quais desigualdades estamos falando?

Neste novembro, o SINTAJ lançou a campanha “Novembro Negro, Mês de Luta”. Desde o início do mês, a entidade vem fazendo ações, em suas redes sociais, com o objetivo de estimular o debate sobre as desigualdades raciais existentes no Brasil. Dessa forma, neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o sindicato acredita que se faz necessário mostrar, de forma prática, de quais desigualdades estamos falando. Confira abaixo alguns dados sobre a população negra no Brasil:

Encarceramento: De cada três presos, dois são negros. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020, 66,7% dos presos do Brasil são negros, a maioria deles homens de baixa escolaridade. A quantidade de negros encarcerados é mais que o dobro da dos não-negros (brancos, amarelos e indígenas), sobretudo em relação à população carcerária branca. Muitos falam que o Brasil é o país da impunidade. Impunidade para quem?

Renda: Em média, brancos ganham 73,4% a mais que os negros. De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2020, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os brancos têm, em média, renda 73,4% maior do que os negros. Em um ciclo que se retroalimenta, os pretos e pardos também possuem as piores condições de moradia, escolaridade, acesso a bens e serviços e enfrentam uma brutal desigualdade no mercado de trabalho, situação que se mantém mesmo entre negros e brancos com mesmo nível de instrução.

Feminicídio: Cerca de 66% das vítimas de feminicídio são negras. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020 revela que 66,6% das vítimas de feminicídio são negras. O próprio documento ressalta que o dado indica uma maior vulnerabilidade dessas mulheres a este tipo de crime, já que as mulheres negras representavam apenas 52,4% da população feminina dos estados que tiveram seus dados utilizados no estudo.

Judiciário: Apenas 18% dos juízes são negros. Levantamento feito pelo CNJ mostra que apenas 18% dos magistrados do Brasil são negros. Destes somente 1,6% são pretos. Entre as magistradas apenas 6% se declaram negras. A baixa representatividade dos negros em posições de poder também se mostra, de forma incontestável, no sistema de Justiça do país.

Esses dados são apenas alguns dos números que escancaram o abismo racial brasileiro. Neste 20 de Novembro, um dia de consciência e de luta, escolhemos falar de parte das consequências do racismo na vida de pessoas negras. Falar do que ainda é desafio, apesar de toda resistência secular do povo negro. Para mudar essa realidade é preciso que toda a sociedade, e não só pessoas pretas e pardas, estejam engajadas nessa luta. Por isso, gostaríamos de encerrar este texto com um questionamento voltado, principalmente, para as pessoas que não têm as suas vidas impactadas negativamente pelo racismo. De que forma você pode ajudar a combater a desigualdade racial?

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