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Com novo escândalo, ilegitimidade de Temer para propor reformas é sacramentada


 
Na noite desta quarta-feira (17) as reais intenções do governo Michel Temer (PMDB) e de sua base aliada vieram à tona. O ainda presidente e o senador, já afastado, Aécio Neves (PSDB-MG) foram gravados por Joesley Batista, dono do JBS – maior grupo produtor de proteína animal do mundo que controla a Friboi –, em situações extremamente comprometedoras.

Temer foi flagrado dando total apoio à compra do silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, preso em Curitiba e Neves tem documentado em vídeo um pedido de R$ 2 milhões em propina. As informações foram dadas em reportagem do jornal O Globo, que relatou o conteúdo da delação premiada dos irmãos Wesley e Joesley Batista e outros empresários do grupo.

Os diálogos foram gravados em março de 2017 e impressionam pela falta de pudor e normalidade com que o presidente ilegítimo e o parlamentar afastado – que já teve, inclusive, pedido de prisão expedido pela Procuradoria Geral da República (PGR) –  tratam o recebimento de dinheiro ilícito e a obstrução da Justiça.

Diante desse novo escândalo, fica claro que a já inexistente legitimidade do governo Temer para propor qualquer reforma foi enterrada de vez. Uma administração impopular – o presidente tem apenas 4% de aprovação – que assumiu a presidência através de um golpe parlamentar não tem condições de realizar nenhuma mudança em temas tão sensíveis como os direitos trabalhistas e a previdência.

O aval do ex vice-presidente decorativo – como ele mesmo se autodenominou – à compra do silencio de Cunha escancara o que a maioria dos brasileiros já sabia, mas não tinha provas cabais: a intenção de todos os que hoje estão no poder é salvar a própria pele, mantendo as regalias de sempre financiadas pelo grande empresariado e pelo mercado financeiro.

A retirada de direitos básicos e constitucionais do povo brasileiro é a contrapartida que o atual (des) governo e seus apoiadores têm que dar aos gigantes do mercado para conseguirem se proteger do alcance da Lava Jato, dando continuidade aos seus esquemas escusos.

Agora se faz necessário que, mais do que nunca, os trabalhadores, as centrais sindicais, os sindicatos, os movimentos sociais e todos os demais representantes da sociedade civil ganhem as ruas para impedir qualquer tentativa de essa gestão corrupta tentar se manter no poder e, mais ainda, de aprovar todos os projetos nocivos apelidados de “reformas”.

O Sindicato dos Servidores dos Serviços Auxiliares do Poder Judiciário do Estado da Bahia (SINTAJ) repudia completamente a gestão golpista e ilegítima de Temer e, vai estar, como sempre, ao lado do povo e dos trabalhadores nesse embate. É preciso lutar por uma efetiva representatividade, é preciso lutar pela democracia.

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