Entre os dias 1º e 3 de setembro o Sindicato dos Servidores dos Serviços Auxiliares do Poder Judiciário do Estado da Bahia (SINTAJ) promoveu, enquanto entidade organizadora, o 3º Conselho de Representantes da Fenajud – Federação Nacional dos Servidores do Judiciário nos Estados, entidade a qual o sindicato é filiada. O evento ocorreu na cidade de Porto Seguro, extremo-sul baiano, e, além do Conselho, contou também com um ciclo de palestras que abordou assuntos de grande importância para todo o movimento sindical.
Na noite do dia 1º a abertura ficou a cargo da filósofa e artista plástica, Márcia Tiburi, que abordou a atual conjuntura política do país. A professora falou sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef – considerado por ela um golpe parlamentar antidemocrático -, a reinvenção da esquerda, o neoliberalismo que caracteriza o governo Michel Temer e a participação da sociedade e dos movimentos sociais nesse cenário. Sempre correlacionando as questões com conceitos filosóficos como inveja, afeto e desejo.
“Corremos um grande risco de ter eleições indiretas. Um golpe dentro do golpe. De ocorrer um golpe parlamentar para que ocorra eleições indiretas ainda em 2017. Mas também não podemos imaginar que não podemos fazer nada. Nós temos que sustentar a luta”, afirmou Márcia.
O segundo dia do evento também foi todo voltado para palestras. Fizeram ótimas explanações o membro do Movimento pela Auditoria Cidadã da Dívida Pública, Bruno Tito; a técnica da seccional baiana do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Ana Georgina Dias e os advogados Joelson Dias e Leonardo Militão. Os assuntos tratados pelos palestrantes foram respectivamente: a dívida pública e o que ela representa, a reforma da previdência e seus prejuízos sociais, terceirização no serviço público e desvio de função no serviço público.
Todos os expositores destacaram a necessidade do engajamento dos trabalhadores e da população em geral para que não haja mais retrocessos sociais, já que o governo muitas vezes não divulga a real situação do Estado. “Como é que a gente paga a dívida da qual o governo não tem ou não sabe onde está o contrato? Os sindicatos têm que ter independência e fiscalizar o governo, mesmo esse sendo de esquerda”, afirmou Bruno Tito.
“É um sistema feito para não funcionar. Porque se não funcionar o governo pode dizer que a previdência está consumindo verba, quando na verdade a gente sabe que não é pra lá que essa verba vai”, alertou Ana Georgina em relação à questão previdenciária.
“As palestras foram bastante elogiadas pelos dirigentes presentes. “No atual cenário, pós impeachment, que foi um golpe não só contra a democracia, mas também contra a classe trabalhadora os temas trazidos foram muito oportunos”, disse Marcus Vinícius, dirigente do SINDJUS de Sergipe.
“As palestras foram excelentes. É importante a gente estar juntos nesse momento de retiradas de direitos. Nós temos que nos unir de uma forma que talvez precisemos até reinventar a união”, refletiu Ada Lobato, dirigente do Sindijudiciário do Espírito Santo.
No terceiro e último dia do evento ocorreu o Conselho de Representantes em si, onde foram feitas deliberações voltadas aos sindicatos filiados à Fenajud.
sindicato FORTE, servidor RESPEITADO!