No último dia 19 o presidente Jair Bolsonaro discursou durante um ato, em Brasília, que pedia uma intervenção militar no país. Em plena pandemia de COVID-19, Bolsonaro falou para um grupo de apoiadores que, aglomerados, gritavam frases como “fora Maia”, “AI-5”, “fecha o Congresso”, “fecha o STF”.
Rodeado pela pequena multidão antidemocrática que se reunia em frente ao Quartel-General do Exército, na data em que é celebrado o Dia do Exército – mais simbólico impossível -, Bolsonaro subiu em uma caminhonete e fez falas dúbias. Nem categoricamente autoritárias e nem totalmente a favor da democracia, ficou no meio do caminho. O suficiente para provocar dúvidas e deixar o discurso aberto a todo tipo de interpretação.
“Nós não queremos negociar nada. Nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para trás. Nós temos um novo Brasil pela frente. Todos, sem exceção, têm que ser patriotas e acreditar e fazer a sua parte para que nós possamos colocar o Brasil no lugar de destaque que ele merece. Acabou a época da patifaria. É agora o povo no poder”, alardeou o presidente.
Diante deste fato, o SINTAJ vem a público se posicionar a favor da democracia e contra todos os arroubos autoritários de Bolsonaro. Não condiz com o papel de um presidente democraticamente eleito insuflar e participar de manifestações que tenham pautas claramente inconstitucionais e ditatoriais.
O Brasil viveu uma ditadura militar (1964-1985) sangrenta, que teve sua escalada autoritária a partir do AI-5 (Ato institucional nº 5). Morte, tortura, falta de assistência ao povo e corrupção deram a tônica do regime.
O SINTAJ lutará sempre para que o Brasil não mais viva um período tenebroso como esse. Por isso o sindicato reitera o seu repúdio à participação do presidente Bolsonaro em um ato antidemocrático e deixa clara a sua defesa incessante da democracia e a sua disposição para combater qualquer tentativa de se instalar um governo autoritário no país.