Os trabalhadores dos Juizados Especiais de toda a Bahia realizaram uma manifestação no Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), nesta quarta-feira (8). Os servidores ocuparam a sala de sessões e, logo após, se levantaram usando uma camisa em que se lia: Presidente respeite o servidor. O protesto foi silencioso e causou grande impacto nos desembargadores presentes.
A presença no Pleno foi uma das ações programadas para as 24 horas de paralisação que fechou todos os Juizados Especiais do estado, incluindo o Fórum Regional do Imbuí, onde estão concentrados quase todas as unidades judiciárias desse tipo em Salvador.
Após a saída do Pleno, os trabalhadores ocuparam a antessala da presidente do TJ-BA, desembargadora Maria do Socorro Santiago, com a exigência de a gestora agendar uma data para de fato sentar e discutir a pauta de reivindicações do Sindicato dos Servidores dos Serviços Auxiliares do Poder Judiciário do Estado da Bahia (SINTAJ), entidade que coordenou toda a ação. Após um tempo de ocupação, o coordenador dos Juizados Especiais, juiz Paulo Chenaud, afirmou que ainda hoje marcaria uma data para que Maria do Socorro pudesse receber o sindicato.
“Hoje nós demos uma boa resposta. Eu senti que o pessoal [do Pleno] se incomodou com a nossa presença. Mobilização nem sempre se faz com grito. Hoje ficamos em silêncio e essa ação surtiu um grande efeito” refletiu Daniele Simões, servidora da comarca de Itabuna.
Todas essas ações foram realizadas em assembleia, que foi aberta antes da manifestação realizada no Tribunal, ainda no Fórum do Imbuí. Na finalização da reunião os trabalhadores decidiram realizar mais uma mobilização na próxima quarta (15) e também no dia 22. Em ambas as datas haverá paralisação de 24 horas e no dia 22 será realizada nova assembleia.
Os trabalhadores fecharam todas as unidades do Imbuí – nesta quarta só houve a realização de audiências e expedição de liminar – e informaram aos usuários presentes no Fórum os motivos da paralisação.
“Se a gente ficar só esperando, ela [a presidente do TJ-BA] não vai vir atender a gente. Ela só vai nos ouvir se a gente se unir. A nossa luta tem que ser pela união da base e não podemos ficar aqui esperando”, afirmou Gabriel Pinto, lotado no Fórum do Imbuí.
A suspensão das atividades nesta quarta teve como objetivo exigir o pagamento da reposição inflacionária, devida pelo governador Rui Costa desde 2016; o pagamento dos passivos devidos pelo Tribunal aos servidores; uma verdadeira discussão da pauta com a presidente, isonomia no tratamento dispensado a magistrados e servidores, melhores condições de trabalho, entre outras.
Veja no vídeo abaixo como foi o protesto no Tribunal Pleno:
sindicato FORTE, servidor RESPEITADO!