“Reflexos das PEC – Bombas na carreira dos servidores do judiciário”, com esse tema iniciou-se o VII CONTAJ – Congresso do SINTAJ 2024, que aconteceu nos dias 13 e 14 de dezembro e trouxe debates de interesse da categoria em defesa do serviço público. O deputado estadual Hilton Coelho compôs a primeira mesa que foi mediada por Luiz Cláudio Oliveira, coordenador administrativo financeiro do SINTAJ e de assuntos parlamentares da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (FENAJUD) e Alexandre Santos, coordenador geral da FENAJUD.
Alexandre defendeu a importância da democracia e da participação intensa dos sindicatos na defesa do serviço público. Durante sua fala, o coordenador geral da FENAJUD, recordou a ditadura militar, afirmando que é filho de um torturado e se emocionou ao lembrar da dor e sofrimento que o pai sofreu, por conseguinte sua família. Por este motivo, defende a democracia em sua essência.
Perguntado sobre a importância do CONTAJ, Alexandre resumiu que “o congresso do SINTAJ está sendo um momento muito importante de reflexão da categoria, da base, com debates muito qualificados. E o que a gente espera disso tudo é uma base mais comprometida com o sindicato e que junto com o sindicato, possa construir alternativas para a classe trabalhadora do Poder Judiciário da Bahia”.
O deputado Hilton destacou a importância da realização do Congresso pelo Sindicato e ressaltou que esse é o caminho certo para continuar lutando pelo serviço público. O deputado lembrou de determinadas PEC’s, recordando inclusive, a que propõe a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1.
O Deputado Estadual conversou conosco sobre a importância do SINTAJ em realizar o Congresso, entre outros assuntos.
SINTAJ: O que você achou do Congresso do SINTAJ?
HILTON: Foi um momento muito precioso. Eu já tinha a expectativa que fosse muito bom e foi excelente. Os CONTAJ’s em geral são referência para a classe trabalhadora, não apenas para a Bahia, aliás, eu conheci o SINTAJ assistindo há qualificação dos debates que foram gravados e colocados à disposição na internet. Então, foi muito legal eu está aqui mais uma vez, presencialmente, interagindo com essa riqueza e tendo uma demonstração muito evidente de que o debate qualificado se encontra com uma disposição de luta muito grande dessa categoria que é do judiciário estadual (baiano) e que pode com certeza inspirar não apenas o serviço público, precisa se mobilizar, mas a própria classe trabalhadora a de estar em um novo caminho para esse país que está precisando. Esse país cheio de potenciais, nós discutimos muito sobre isso aqui, meus companheiros de mesa fizeram falas brilhantes nesse sentido, como o Brasil é cheio de potenciais, o que a gente precisa é de respeito ao direito. Nós precisamos é de justiça. Por isso, o CONTAJ é tão importante, é sempre um momento histórico e o SINTAJ é uma grande referência para nós também, muito contente de estar aqui e de receber até essa homenagem, que pode até não ter sido uma homenagem justa, mas eu fiquei bem contente em receber.
SINTAJ: Sobre o tema debatido pelo SINTAJ, qual a sua opinião, quando se pensa nos constantes ataques que a democracia ainda sofre?
HILTON: Foi muito importante porque nós estamos em um momento de dificuldades do nosso país. É uma dificuldade que não está no nosso território, mas o Brasil tem as suas peculiaridades, tanto porque aqui se fez opções muito equivocadas de retrocesso do ponto de vista econômico, de uma concentração de renda e riqueza ainda maior, como também o Brasil é peculiar porque, os seus potenciais de sair dessa condição são gigantescos. Então, nesse quadro de crise, alternativas autoritárias elas se apresentam, porque a crise gera situações de desespero e a sociedade brasileira está passando por muitas manifestações de desespero. Então para o desespero, serenidade, firmeza, olhar profundo para a realidade e ousadia política, é tudo o que o SINTAJ representa e a gente tem muito orgulho de está interagindo com iss
O FUTURO DO SERVIÇO PÚBLICO NO JUDICIÁRIO, A DESUMANIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES POLÍTICAS E O ASSÉDIO CONTRA O SERVIÇO PÚBLICO FORAM TEMAS QUE MARACARM A TARDE DO CONGRESSO
Durante a tarde, duas mesas fundamentais foram formadas em continuidade ao Congresso. A mesa II trouxe como tema o “Futuro do serviço público no judiciário: uso de novas tecnologias em benefício de quem?”, para compor a mesa foram convidadas Fabiane Previtali, doutora em Ciências Sociais com doutorado sanduiche na Universidade de Manchester e mestre em sociologia, e Nina Santos, doutora em comunicação e pesquisadora no Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia em Democracia Digital e na Sorbonne. Para mediar a conversa, o coordenador Fabio Caldeira compôs a mesa.
Quanto ao futuro do judiciário no que tange as novas tecnologias, Fabiane diz que é possível generalizar, qual vai ser o futuro do trabalho com a Inteligência Artificial (IA), a tecnologia e a uma preocupação do judiciário, dos trabalhadores que tem esse trabalho mais cognitivo, de tomada de decisão e de autonomia presente em diversas áreas laborais, onde a tecnologia digital e IA estão adentrando com muita força. Até porque no trabalho operário, mas manual, ela já adentrou. O grande ponto agora é como tornar esse trabalho, um trabalho controlado como reduzir a autonomia, como torná-lo mais produtivo.
Para a professora é interessante que a categoria construa uma pauta em torno do tempo do trabalho, especialmente do trabalho remoto, principalmente em torno do atendimento. Mas é importante reconhecer que a IA não substitui o trabalho humano porque é único do ser humano o diálogo.
Já a palestrante Nina Santos, trouxe questionamentos e explicações voltadas para a importância da comunicação, sua utilização diária e como a inteligência artificial pode ser vista numa perspectiva comparativa quanto ao impacto no trabalho.
Para concluir as mesas “O caos como método: a desumanização das instituições políticas e o assédio contra o serviço público”, conduzida por Suélen Gonçalves, doutoranda em Difusão do Conhecimento, mestre em educação e especialista em diferentes áreas e mediada pelo coordenador intersindical Edson Rocha.
Para Suélen, é preciso entender o caos como estratégia e método de governança. Segunda ela, arrisca dizer que conhecer as estratégias das gestões mais conservadoras é trazer a educação, o conhecimento e o debate para o protagonismo. Desumanizar, descredenciar e invalidar às instituições políticas é um método usado para justificar as ações descabidas. A desumanização pode ser um fenômeno social e cognitivo, em que as pessoas atribuem estereótipos pejorativos a outras pessoas com base em diferenças de raça, gênero, religião, crenças, entre outras. Prospectar a desumanização para as instituições políticas é tentativa de apagamento.
“Penso que se há de falar em solução, há de se pensar em orientar e educar mais e melhor toda a população. Vencer a fake News, a IA a serviço da desinformação é antes de tudo garantir um processo democrático mais eficaz”, acrescentou Suélen.
Para encerrar o primeiro dia de Congresso, o coral do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia – TJBA se apresentou, trazendo músicas como “Protesto Olodum” , “Aleleuia”, entre outras, com direito a apresentação de capoeira.
O primeiro dia do congresso foi de muito aprendizado e troca de conhecimento, tornando o dia produtivo. O SINTAJ também destaca a participação de cada filiado e filiada neste VII CONTAJ.
CLIQUE AQUI PARA CONFERIR TODAS AS FOTOS DO CONGRESSO
Sindicato FORTE, Servidor RESPEITADO!