Em 2013, o oficial de justiça Ronaldo Assis transformou o seu amor pelo esporte em oportunidade. Com o intuito de colaborar na formação cidadã e ampliar as possibilidades de vida dos jovens da periferia ou que vivem em situação de vulnerabilidade social na cidade de Santo Antônio de Jesus (SAJ), no Recôncavo Baiano, Assis criou o projeto Vôlei Para Vencer, uma escolinha de vôlei de quadra e de areia.
O servidor do TJ-BA (Tribunal de Justiça da Bahia) sempre foi esportista e já jogava vôlei e handebol. Com a conclusão da formação de treinador de vôlei pela CBV (Confederação Brasileira de Voleibol), resolveu começar a iniciativa de forma voluntária, chamando os adolescentes para participarem da escolinha.
Hoje, o Vôlei Para Vencer treina 90 jovens, entre meninos e meninas, de 13 a 18 anos. As aulas acontecem de segunda à quinta, no Clube dos 100, e são divididas entre o vôlei de areia e o de quadra. Todo o projeto é mantido por doações de pessoas físicas, empresas e instituições parceiras, dentre as quais está o SINTAJ, que vem ajudando a escolinha por ter Assis como um dos seus filiados e ter conhecimento da seriedade do trabalho desenvolvido.
A entidade ajuda com um aporte financeiro que é revertido para necessidades do projeto, como a manutenção dos adolescentes durante treinos e disputas em outras cidades e compra de materiais de treino. “Eu fico muito feliz com a parceria estabelecida com o SINTAJ porque esse é um projeto que eu considero muito importante. Através do Vôlei Para Vencer os meninos têm acesso a serviços como atendimento médico, fisioterapia e academia; tudo proporcionado pelos parceiros e, por isso, eu espero que essa parceria se mantenha”, afirmou o oficial. As doações vindas das parcerias ainda custeiam o aluguel da quadra de treino e a remuneração de um monitor.
Para participar do projeto os adolescentes precisam estar na escola. O esporte é ofertado como uma atividade complementar que, segundo Assis, tem o objetivo de garantir uma melhor perspectiva de vida para os adolescentes. Os jovens que se destacam são encaminhados para jogar em times profissionais. Os que completam 18 anos passam a fazer parte da seleção da cidade e, sempre que há possibilidade, o projeto também atua na intermediação para cursos técnicos e vagas de emprego.
O investimento e empenho do treinador já vem dando frutos. Os alunos do Vôlei Para Vencer já participaram de várias competições e só esse ano já venceram dois torneios: a Copa do Cacau e a Copa Salvador, ambos com a equipe sub 18. Além disso, dois jogadores formados pela escolinha já jogam profissionalmente: um no Cruzeiro e na seleção brasileira e o outro no Suzano. “Eu me sinto muito feliz por estar fazendo algo importante pela sociedade. É muito gratificante ver esses meninos de famílias muito carentes, com pouca perspectiva de futuro, vindos de bairros sem estrutura e assistência do poder público, se sentirem capazes e com a autoestima elevada”, disse Assis.
