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3ª edição do Conselho de Representantes da Fenajud começa com palestra sobre política

Teve início nesta quinta-feira (1º) a 3ª edição do Conselho de Representantes e Ciclo de Palestras da Fenajud (Federação Nacional dos Servidores do Judiciário nos Estados), em Porto Seguro, no estado da Bahia. O encontro com os dirigentes da Fenajud e com os sindicatos filiados segue até domingo (4) e tem como objetivo debater temas de interesse da classe e alinhar as ações dos próximos meses.

Bernardino Fonseca alertou os trabalhadores sobre os tempos difíceis que virão. “Agora mais do que nunca nossa classe terá que realizar muita luta e muita resistência. Virão muitos ataques. Esse nosso encontro veio para que nós passamos sair fortalecidos e prontos para vencer as medidas”, disse.

Alexandre Santos, coordenador regional nordeste, reafirmou a importância da luta. “Nos últimos tempos temos vivido situação difícil para a classe trabalhadora, agora mais do que nunca é tempo de luta. Isso nos chama a uma responsabilidade enorme e a partir dessa análise de conjuntura vamos traçar nosso caminho de resistência. O momento é difícil, é tempo de reflexão, mas deverá ser mais do que nunca um tempo de ações”, comentou.

Análise de conjuntura política brasileira

Durante a abertura, a filósofa e escritora brasileira, Marcia Tiburi, fez uma análise de conjuntura sobre a política atual e respondeu alguns questionamentos feitos pelos trabalhadores do judiciário. Entre os temas abordados, a escritora falou sobre as consequências do impeachment de Dilma Rousseff – vivenciado esta semana e sobre o que poderá vir a partir de agora. Além disso, Márcia falou aos servidores presentes um pouco sobre a história da política no Brasil e como isso poderá influenciar as próximas ações.

Para Tiburi, “é hora de luta, é hora de todos as classes se unirem para que os direitos não sejam cessados. A manifestação na internet não pode ser mais forte que as lutas na rua”.

Ela acredita que a amplitude da conjuntura atual está criando um mal-estar profundo na sociedade. “Existe um arranjo sistêmico. Um golpe do Judiciário, que está apodrecido, além da mídia apodrecida, que faz existir o braço midiático no golpe. Há também o golpe cotidiano, que o mero cidadão que pratica o golpe de si mesmo, que se aliena através d um reality show, onde aprendeu um ritual de sacrifício, acha que pode praticar o pequeno golpe definindo que o presidente tem que sair.”

Autora do livro “Como conversar com um fascista”, Marcia acredita que aqueles que defendem a democracia devem apelar para a lei. Ela afirma que, sem legalidade, não há direitos, e sugere a análise do cidadão comum nesse momento. “Analisar a si mesmo levaria o cidadão a cair em um processo de profunda vergonha e mal-estar. Esse indivíduo acaba se lançando em um processo de julgar o outro, vide o caso da corrupção no Brasil. Aliás, essa história do impeachment, se alicerça em uma propaganda contra a corrupção e é para convencer o cidadão mediano de que ele é melhor do que aquele que o governa.”

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Imprensa/Fenajud

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