Por Aline Braga
Os comunicadores dos sindicatos do Judiciário nos estados voltaram para casa na noite dessa quinta, 22, com uma missão importante. Explorar ao máximo a tecnologia e as ferramentas de Comunicação em prol do fortalecimento dos sindicatos e da Fenajud.
No início da manhã, a palestra foi do ativista digital Lucio Uberdan que trouxe as inovações da tecnologia digital e suas possibilidades de uso para a atuação política na internet. Ele iniciou sua fala afirmando que a “Internet deu errado”, parafraseando Peter Sunde, fundador do Pirate Bay. O palestrante se referia à quantidade de posturas inadequadas dos usuários que se configuram de inoportunas a judicialmente condenáveis. “A gente não tem educação para a internet”, disse.
Lúcio alertou também sobre como a tecnologia está sendo desenvolvida na direção de retirar trabalhadores humanos de várias funções ou mesmo de fragilizar cada vez mais as relações de trabalho. Nesse contexto específico, citou brechas de legislação em diversos serviços gerados a partir de ferramentas digitais, a exemplo do Uber (cooperativa de táxis baseada em um novo conceito de prestação de serviços).
Engajamento
Apesar disso, Lúcio defende que os militantes se apropriem dessas ferramentas inovadoras em sua Comunicação o quanto antes. Nesse contexto, além do entendimento mais amplo sobre a web e sua relação com a disputa de hegemonia na Comunicação, o seminário serviu para que os participantes assimilassem mais informações sobre o uso de redes como o Facebook, Whats App e monitoramento de mídia.
“O principal desafio para as organizações políticas, no ponto de vista da internet, é conseguir organizar de fato uma rede efetiva, segmentada e que distribua poder. O grande valor é que nela as pessoas consigam decidir junto, participar ou pelo menos que a sua opinião seja ouvida ou considerada no processo de decisão”, aconselha Lúcio.
O conteúdo ofertado nos dois dias de curso suscitaram nos participantes diversas ideias que pretendem aplicar nos sites e nas redes sociais locais. De acordo com o servidor do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Jornalista de formação e diretor geral do SindJustiça-RJ, Ramon Carrera, a campanha do sindicato se aproxima e ele pretende utilizar localmente o que aprendeu. “Foi interessante porque deu para ver que a gente tem como agir por outro lado, criativo, aguçando a curiosidade dos servidores. A dinâmica onde construímos o rosto coletivamente. Todo mundo se sentiu integrado. Foi bem bacana. De repente a gente pode trabalhar alguma coisa nesse sentido, pois estamos em fase de reajuste”.
Compartilhando experiências
Na quinta, o técnico judiciário do TJSE diretor de Relações Institucionais e Comunicação do Sindijus/SE, Plínio Pugliesi, e assessora de comunicação do Sindjud/ES, Suzana Tatagiba, trouxeram experiências bem sucedidas de seus estados para compartilhar com os demais comunicadores. “Irei concentrar minha fala sob a perspectiva de um trabalhador do Judiciário”, disse Plínio, que abordou aspectos extremamente relevantes citando que a luta pela Democratização dos Meios de Comunicação hoje é importante para os trabalhadores, que a Comunicação deve ser vista como um Poder em si e, assim como os demais, a necessidade de disputar a hegemonia da informação.
A assessora do Sindjud/ES, Suzana Tatagiba, compartilhou os números e as estratégias utilizadas nos últimos três meses para fazer do sindicato um porta-voz com penetração na imprensa capixaba e de mais penetração entre os próprios servidores do TJES. De acordo com ela, um dos principais fatores de sucesso nas redes é a atualização constante.
Após as apresentações e debates, o secretário Geral e diretor interino de Imprensa e Divulgação, Marcos Fabre, fez sua fala de agradecendo a participação de todos e suscitando um clima de novos rumos para a Comunicação da Fenajud.
Ao final do curso, os comunicadores sindicais destacaram a riqueza de informações do seminário. Além disso, pontuaram a necessidade de um espaço maior para debates sobre estratégias locais, experiências e ampliação das interações. O presidente da Fenajud, Luiz Fernando Souza, destacou, por outro lado, a relevância dessa iniciativa ter sido criada no ano anterior quando o dirigente do Sisjern, Bernardo Fonseca, idealizou e realizou a primeira edição. De acordo com Bernardo, o próximo passo, além de continuar mobilizando a Comunicação, é que a Fenajud possa incrementar a formação política.
Imprensa/Fenajud