O debate racial tem ocupado cada vez mais espaço na esfera pública brasileira. Há uma consciência racial crescente entre a população negra do país; pautas que antes eram mais restritas a quem já tinha um conhecimento mais profundo da questão estão se popularizando e cada vez mais os movimentos negros têm conseguido vitórias importantes no que diz respeito às políticas públicas e de reparação direcionadas aos 56% do povo brasileiro formado por pretos e pardos.
No entanto, a cada 23 minutos um jovem negro morre no Brasil. Os negros compõem 66,7% da população carcerária e, enquanto em 15 anos a proporção de negros no sistema carcerário aumentou 14% a de brancos caiu 19%. Negros são 75% entre os mais pobres e cerca de 64% dos desempregados. Os pretos e pardos são os que mais morrem de covid-19. As mulheres negras são 66,6% das vítimas de feminicídio.
Os dados acima mostram que, apesar dos avanços obtidos, a luta pela emancipação dos pretos e pardos do Brasil ainda está muito longe do fim. Principalmente levando-se em conta o momento de absurdo retrocesso e revisionismo histórico pelo qual passa o país.
Diante disso, o SINTAJ, enquanto sindicato ciente da sua função social, que vai muito além de defender somente os interesses específicos dos trabalhadores do Judiciário baiano, lança, neste mês de novembro, a campanha “Novembro Negro, Mês de Luta”. Ao longo de todo o mês, o sindicato fará, em suas redes sociais, publicações relacionadas às questões raciais, com o objetivo de contribuir para o debate público sobre o tema. As ações incluem publicações informativas, depoimentos de profissionais negros da Justiça baiana e de parceiros do SINTAJ e lives com especialistas.
A discussão sobre a desigualdade racial no Brasil é extremamente importante, pois o racismo perpassa todas as instâncias da sociedade brasileira. O SINTAJ acredita que ações antiracistas devem ser feitas o ano todo, mas é inegável a força e a potência contidas no dia 20 de novembro – data que é, inclusive, fruto de intensa luta do movimento negro – e o quanto elas podem impulsionar o enfrentamento às desigualdades raciais em todos os momentos. Acompanhe as nossas ações nas redes e faça parte desse debate.