Por Aline Braga
Na manhã da sexta, 18, os membros do Coletivo Jurídico bem como a Diretoria da Fenajud e demais representantes de sindicatos puderam detalhar as necessidades de atuação específica em determinados estados e nacionalmente.
Eduardo Maciel, secretário de Assunto Jurídicos da Fenajud, moderou a mesa e em sua fala de aberta exemplificou parte dos desafios da categoria em âmbito jurídico. O secretário citou os diversos casos de perdas de direitos dos servidores público de diversos estados, destacando o processo judicial que está tramitando contra membros do Serjusmig. “Precisamos discutir e tomar ações concretas”, pontuou Eduardo dando a tônica dos trabalhos.
Em seguida, a presidente do Serjusmig, Sandra Silvestrini, e o assessor jurídico do Serjusmig, Otávio Dayrell, explicaram a situação política e jurídica do sindicato, solicitando o apoio da Fenajud e dos sindicatos filiados. “Se lá formos derrotados, o resto do movimento sindical do país inteiro será derrotado porque vai se estender essa prática”, relatou Sandra.
Caso do Serjusmig
Em Minas Gerais, o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) está processando o sindicato mineiro por conta da sua campanha e por ter reproduzido as afirmações publicadas pela Revista Época. Além disso, outros servidores que utilizaram a imagem da campanha salarial em redes sociais também estão sendo processados. Uma das determinações do processo é que, caso a arte da campanha seja reproduzida em outros meios, o sindicato e sua presidente serão obrigados a pagar multa diária de R$ 10 mil.
Dentro do contexto das práticas antissindicais, Ludimar Rafanhim citou uma suposta vala entre servidores públicos e do setor privado. De acordo com Ludimar, é necessário entender que os problemas que passam os trabalhadores não são internos. “É um problema da sociedade”, disse, reforçando de que também há a necessidade de repensar o modelo de organização que fazemos no dia a dia. Recusas à negociação, principio da boa fé e necessidade da solidariedade entre advogados dos sindicatos foram alguns dos destaques da palestra, além do tema que perpassa sempre os debates que é o Direito de Greve.
Marcos Brito fez uma explanação histórica a respeito da Greve, suas definições e conceitos. Ele afirmou que a greve sempre foi criminalizada e citou exemplos ao longo da história que vem reafirmam essa ideia. Com a Constituição Federal de 1988, de acordo com Marcos, houve um avanço inegável nesse direito. A partir desse ponto, ele discorre sobre a evolução da percepção das greves no Brasil, alertando também para alguns fatos. “Não adianta discutir o direito de greve no serviço público se não elaborarmos teses sobre negociação coletiva”, pontuou.
Em seguida, aconteceu o debate entre os participantes, no qual Danilo Santana e Marcos Brito puderam responder de acordo com suas experiências.
Encerramento
Em seguida foi feita a abertura oficial do Conselho de Representantes. Compuseram a mesa de abertura o presidente da Fenajud Luiz Fernando, o vice-presidente Bernardino Fonseca, o secretário Geral Marcos Fabre e a secretária de Finanças Zezé Santos. Com a abertura do Conselho, se iniciam os debates políticos do encontro que terão continuidade no sábado e serão encerrados com a votação dos encaminhamentos.